O mercado de franquias é um dos poucos que se mantêm em crescimento constante no Brasil. No segundo trimestre de 2018, por exemplo, o setor registrou alta de 8,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF). Por isso mesmo, é cada vez maior o interesse de empreendedores pelo funcionamento e a forma de atuação das franquias.

Neste guia, trazemos uma visão geral do sistema de franchising, o perfil ideal de empreendedor para atuar no segmento, os tipos de negócio existentes e um passo a passo para abrir uma franquia. Por fim, você também poderá conhecer um pouco mais sobre as franquias de factoring. Confira!

O que é franquia?

De acordo com o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), embora não haja uma definição única para franquia, ela pode ser compreendida como solução estratégica adotada para a otimização da distribuição e comercialização de produtos e serviços.

O sistema de franquias permite que empresas diferentes utilizem uma mesma marca, fornecendo para seu público-alvo um modelo padrão de negócios e atendimento que comunique a qualidade do grupo de franqueados.

O modelo de negócio é caracterizado pelo estabelecimento de um contrato em que uma marca, conhecida por franqueador, possa fazer uso do sistema de franquias para expandir a comercialização de seus produtos ou serviços.

Em troca, o franqueador deverá fornecer ao franqueado condições para a instalação e adequada operacionalização das unidades de atuação. Assim, a franquia passará a exercer suas atividades de acordo com os padrões preestabelecidos, remunerando a franqueadora pelos conhecimentos e direitos de utilização da marca.

Os dados do franchising são bastante positivos e estimulantes. De acordo com a ABF, o faturamento do setor cresceu 8% em 2017, totalizando R$ 163 bilhões.

presidente da ABF, Altino Cristofoletti Junior, atribui grande parte do bom desempenho do setor no ano passado ao trabalho interno realizado pelas redes, que não pararam de investir em geração de empregos, expansão das unidades e conhecimentos em tecnologia e inovação. “Mais de um 1,2 milhão de pessoas foram empregadas no franchising brasileiro em 2017”.

As projeções até o fim de 2018 são de que o faturamento do setor crescerá aproximadamente 10%, o número de unidades aumentará 3%, e a geração de empregos alcançará a meta de 3%, no ano todo.

No entanto, o constante crescimento das redes de franquias não é o único benefício em optar por esse tipo de negócio. 

Vantagens em abrir uma franquia

Há várias vantagens em optar por uma franquia, como a possibilidade de:

  • começar um empreendimento com a credibilidade de uma marca já conhecida;

  • utilizar descontos em preços, prazos estendidos e condições especiais de pagamento;

  • contar com a vantagem competitiva da marca;

  • ter apoio, orientação e treinamento do franqueador;

  • trabalhar com uma rede de distribuição sólida e eficiente;

  • usufruir de um plano de negócios preconcebido;

  • conseguir expandir o negócio com menos riscos financeiros;

  • ratear os custos com propaganda entre os franqueados.

Além disso, outros aspectos relevantes são:

Estrutura completa

Muitas questões são facilitadas pela experiência e a consolidação da marca no mercado. Tanto fisicamente quanto no modelo do negócio, a estrutura da empresa já está formada, e o franqueado passa apenas a assumir sua gestão.

A preparação e o treinamento de funcionários, por exemplo, seguem uma metodologia já definida de acordo com o padrão do negócio. Além disso, o franqueado conta com suporte a todos os aspectos empresariais, a fim de manter a qualidade da rede.

Personalização do marketing

Contratar uma equipe especializada de marketing pode se tornar algo bem caro, especialmente para quem está investindo em um novo negócio. No entanto, esse é um problema praticamente inexistente em franquias, já que os custos são rateados entre as unidades da rede.

Dessa forma, além de poupar recursos financeiros, é possível economizar tempo e esforços e, ainda por cima, contar com um material bem elaborado.

Redução do risco de fracasso

Os planos de negócios desenvolvidos pelas redes de franquia são testados no mercado e, por essa razão, têm uma eficácia muito maior. Sendo assim, as chances de o planejamento dar errado são significativamente menores.

Não obstante, o franqueado ainda conta com o apoio de gestão especializada e experiente com relação ao segmento e à marca.

Qual o perfil de um empreendedor de franquias?

Perfis diferentes de empreendedores servem para diversos tipos de negócios. O mesmo acontece com as franquias. Independentemente do segmento de atuação, além da característica empreendedora, é preciso corresponder ao perfil ideal para trabalhar com a atividade.

Empreendedores que têm ideias e modelos mentais próprios de negócio dificilmente se adaptarão a franquias, afinal, elas já vêm com um modelo padronizado de serviços, produtos e gestão. Por mais semelhante que seja a área de atuação, esse será um obstáculo significativo.

Por isso, o perfil ideal de um empreendedor de franquias inclui profissionais:

  • dispostos a seguir normas e padrões;

  • disciplinados a aprender e executar alguns processos;

  • habilitados para gerenciar pessoas, na maioria das vezes;

  • experientes na área de atuação;

  • propensos a realizar formações e qualificações específicas;

  • capazes de investir com recursos próprios;

  • dedicados integralmente à franquia.

Por essa razão, é importante se manter atento a três pontos essenciais:

1. Autoconhecimento

Não existe um perfil certo ou errado para empreender com franquias, mas é preciso reconhecer que esse modelo de negócio impõe algumas limitações. Por isso, deve-se estar disposto a respeitar questões que, muitas vezes, não são decididas pelo franqueado.

Se o seu perfil é de atuar com liberdade e total autonomia para tomar decisões do seu jeito, talvez empreender por meio de uma franquia não seja a melhor opção. No entanto, se for essencial contar com a segurança de modelos de negócios testados e com a referência da marca, é bem provável que funcione.

2. Alinhamento

Tanto no que diz respeito ao modelo de negócio quanto ao segmento de atuação (conforme veremos em seguida), é importante que você se identifique com a franquia. Um empreendedor que consegue se adaptar ao modelo de negócio e aos produtos da marca tende a alcançar resultados muito mais satisfatórios.

Do contrário, ambas as partes podem sair frustradas: o franqueado, por trabalhar com algo de que não gosta, e o franqueador, por não atingir os resultados esperados.

3. Padronização

Para trabalhar com franquias, é preciso lidar bem com padrões e processos previamente definidos. Por isso, é importante se questionar:

  • você está disposto a seguir um modelo de negócio que não é seu?

  • você fica confortável com a ideia de participar de um processo seletivo para abrir um negócio?

  • você conseguiria trabalhar com fornecedores já especificados?

Se as respostas para essas perguntas forem positivas, a franquia pode ser a melhor opção para você empreender. Dito isso, vamos conhecer os diferentes tipos de franquia.

Quais os tipos de franquia?

Os tipos de franquia variam de acordo com a estratégia de expansão de cada negócio. São influenciados pelos locais de atuação, tipo de contrato, o papel dos franqueados e as responsabilidades que eles terão que assumir. Em geral, existem oito modelos de franquia:

  1. unitária;

  2. master;

  3. de desenvolvimento de área;

  4. de conversão;

  5. combinada;

  6. microfranquia;

  7. shop in shop;

  8. social.

Se você quer entender melhor como cada uma delas funciona, continue conosco!

1. Unitária

A franquia unitária é uma transferência de direito de atuação sobre uma unidade, com local determinado pelo franqueador. Nesse caso, o franqueado pode optar por abrir uma ou mais franquias dependendo do seu desempenho de gestão, capacidade financeira e plano de expansão da marca.

A exemplo das franquias unitárias, estão as lojas de shopping centers e os quiosques em galerias comerciais.

2. Master

Uma franquia master é um modelo empregado para realizar operações como a internacionalização de unidades. Nesse tipo de negócio, o master franqueado tem autorização para implantar outras unidades em uma determinada região, passando a ser um subfranqueador.

Com isso, o subfranqueador assume a responsabilidade pelo suporte e treinamento das franquias da região e passa a receber parte da taxa de franquia cobrada dos franqueados.

3. De desenvolvimento de área

Nesse tipo de franquia, o subfranqueado fica autorizado a abrir um número de unidades próprias em uma região, dentro de um determinado período de tempo. Assim, ele tem a obrigação de desenvolver pessoalmente suas unidades no território, diferente do que ocorre com os master franqueados.

O franqueado, também conhecido por desenvolvedor de área, poderá vender suas unidades, recebendo parte do valor cobrado por elas.

4. De conversão

Esse modelo é voltado para empreendedores que já possuem um negócio e pretendem transformá-lo em uma franquia. Dessa forma, é estabelecida uma parceria com o franqueador, que engloba os padrões da marca, o seu potencial e as pesquisas que já foram desenvolvidas, por exemplo.

Um exemplo desse tipo de franquia são lojas de roupas que começam de forma independente e, depois, acabam se tornando parte de uma rede. Junto a isso, passam a contar com a vantagem do conhecimento, da estratégia e do marketing da marca franqueadora.

5. Combinada

A modalidade de franquia combinada é uma possibilidade de o empreendedor ter, em um único ponto comercial, diferentes marcas franqueadas. Para que isso aconteça, todos os franqueadores envolvidos precisam emitir uma autorização.

Para que o negócio funcione, as marcas agregadas devem ser complementares, fomentando as vendas e atraindo um número maior de clientes.

6. Microfranquia

A microfranquia é um tipo de negócio que permite que empreendedores iniciantes possam começar seus negócios mesmo sem muita experiência. Nesse caso, os recursos são reduzidos e o preço de aquisição também, limitado a R$ 90 mil.

Por contar com uma operação simplificada, que pode ser exercida pelo franqueado, a microfranquia pode ser estabelecida na própria residência do empreendedor ou ele pode ir até seus clientes para realizar atendimento, o que é conhecido por home based.

7. Shop in shop

A franquia shop in shop é aquela que permite um pequeno ponto comercial, como um quiosque, dentro de outra loja. Dessa forma, o franqueado deve optar por dois negócios que ofereçam benefícios complementares aos clientes do local. Um exemplo dessa modalidade é uma minifranquia de pizzas estabelecida dentro de um supermercado.

8. Social

A principal característica da franquia social é a ausência de fins lucrativos. Ela é exclusivamente estabelecida para a distribuição de serviços sociais, por meio da apropriação de valores, ferramentas e conhecimentos que já são amplamente abordados pelo franqueador.

Portanto, o objetivo é replicar projetos e ações sociais sem que isso resulte em lucro para o franqueador. Como em qualquer negócio, as suas receitas devem ser maiores do que as despesas, porém, esse valor é reinvestido na rede, seja para o seu desenvolvimento ou para a abertura de novas unidades.

Agora que você já conhece os tipos de franquias, entenda melhor como empreender nesse tipo de negócio.

Quais são os passos para abrir uma franquia?

Muitos são os desafios ao decidir abrir uma franquia, como não ter capital suficiente, falta de clareza sobre as taxas cobradas, inexperiência em gestão e outros diversos fatores. No entanto, a melhor forma de se preparar é contar com um passo a passo que oriente as suas atitudes até o momento de fechar o contrato.

A parte mais importante disso tudo é entender que a rede de franquias escolhida deverá ser o seu maior suporte na compreensão de todo esse processo. Por isso, é tão importante que você saiba exatamente como fazer a melhor escolha.

Confira os passos que separamos para você!

1. Escolha o segmento

A ABF divide as franquias em 11 segmentos determinados. São eles:

  • alimentação;

  • casa e construção;

  • comunicação, informática e eletrônicos;

  • entretenimento e lazer;

  • hotelaria e turismo;

  • limpeza e conservação;

  • moda;

  • saúde, beleza e bem-estar;

  • serviços automotivos;

  • serviços e outros negócios;

  • serviços educacionais.

A forma mais fácil de escolher um segmento é realizando uma análise de perfil com base na identificação que o investidor tem com cada um deles. É importante gostar do segmento ou ter algum conhecimento na área.

Também é preciso pensar e projetar o dia a dia do negócio, desde a forma como a empresa vai operar até o público-alvo com quem terá que interagir. Mas atenção: apenas gostar de um segmento não significa que o empreendedor vá se dar bem trabalhando nele.

Uma boa dica é procurar por outros profissionais que atuem na área e tentar entender como é a sua rotina de trabalho, os principais desafios, as possibilidades de crescimento etc. Só então é possível saber se o segmento realmente é o ideal para manter o empreendedor motivado mesmo diante dos desafios.

2. Pesquise o mercado

Depois de escolher o segmento, é preciso entender o funcionamento do mercado para essa atividade específica. Para isso, será necessário buscar:

  • opções de marcas;

  • histórico das redes;

  • experiência no mercado;

  • produtos e serviços ofertados por cada uma;

  • posicionamento de mercado;

  • dados do investimento;

  • nível de satisfação dos franqueados;

  • tempo de treinamento oferecido;

  • dados de investimento (taxas, estimativa de retorno etc.);

  • estrutura de apoio ao franqueado.

Essas informações são muito importantes. Caso você não consiga obtê-las por meio do site da marca, tente entrar em contato com as unidades da rede. Além disso, amplie suas buscas na internet, visite algumas das lojas e converse diretamente com os franqueados.

Se for o caso, conte com a ajuda de profissionais como consultores ou advogados, para entender a Circular de Oferta da Franquia (COF) e outras informações sobre o negócio.

3. Escolha o ponto comercial

Tendo todo o trabalho anterior em conhecer seu perfil de franqueado e buscar informações sobre diversas redes de franquias, é importante se preocupar com a escolha do ponto comercial, para não pôr tudo a perder logo nos primeiros meses de atuação.

O ponto comercial tem forte influência sobre o sucesso dos resultados obtidos pela unidade e precisa ser pensado estrategicamente. Por isso, escolha uma região:

  • com um ótimo fluxo de pessoas;

  • segura;

  • com boa estrutura física;

  • próxima ao público-alvo.

Além disso, é válido se manter atento a alguns detalhes em relação ao ponto comercial, confira:

  • Visibilidade e acesso ao local — não adianta escolher um ponto comercial supermovimentado se a unidade não tiver boa visibilidade, não for bem iluminada e não contar com estacionamento, por exemplo. É preciso pensar em todos esses fatores;

  • Custo de operação — abrir uma franquia envolve investimento, por isso, certifique-se de que o custo de operação do ponto comercial caberá no seu bolso. Para tanto, faça uma reserva financeira e negocie alguns aspectos com o proprietário do ponto;

  • Análise da concorrência — dependendo do segmento escolhido, optar por um ponto comercial muito próximo aos concorrentes pode impulsionar o seu negócio ou levá-lo à ruína. Por isso, esteja atento à sua estratégia e a como o ponto pode contribuir para alavancar as vendas;

  • Infraestrutura regional — internet, energia elétrica, segurança e condições sanitárias também são fatores muito importantes para o negócio. Dedique-se para não escolher uma região com alto nível de assaltos ou com problemas recorrentes em relação aos serviços básicos;

  • Estrutura do imóvel — fique atento a todos os detalhes do imóvel quando for dar uma olhada. Procure observar os pontos que precisarão de melhorias, reparos ou reformas para se adaptar ao modelo da rede de franquias, afinal, tudo isso impactará os custos.

Observados todos esses aspectos, é chegado o momento de preencher o cadastro de interesse na marca.

4. Preencha o cadastro de interesse

Preparado com todas as pesquisas anteriores, é preciso dar o próximo passo e preencher o cadastro de interesse na marca que mais chamou a atenção. Em alguns casos, esse primeiro contato pode ser realizado diretamente pela internet.

Normalmente, são solicitados dados básicos, tais como:

  • nome;

  • formas de contato;

  • cidade de instalação da nova unidade;

  • capital disponível para investimento.

Com essas informações, a empresa realizará contato para saber mais sobre a sua disponibilidade e para fornecer outros detalhes sobre o negócio. A partir de então, a equipe do franqueador passará a realizar o processo seletivo, fazendo uma triagem de acordo com o seu perfil.

5. Participe do processo seletivo

Cada marca cumpre um processo seletivo diferente, com premissas, exigências e características próprias. O contato ocorrido durante todo o processo de seleção pode ser à distância ou mesmo de forma presencial.

Percebido o interesse do potencial franqueado em continuar no processo, a equipe da franqueadora vai estreitando o relacionamento, acrescentando informações e coletando dados. Geralmente, nessa fase, são fornecidas apresentações mais completas da franquia, incluindo localidade, valores e perfil exigido para o negócio.

A partir disso, a franqueadora terá como avaliar se o investidor está apto para assumir e gerir a unidade com eficiência.

6. Assine o contrato

Terminado o processo seletivo, é articulado o contrato para finalizar a aquisição da franquia. Esse é um dos momentos cruciais, em que as informações precisam ser minuciosamente analisadas. Nesse caso, é importante contar com o auxílio de profissionais específicos, como advogados e consultores.

O contrato só deve ser assinado se você tiver certeza de todas as condições e também da decisão. Do contrário, é importante esclarecer todas as dúvidas antes, renegociar e tentar chegar a um acordo que fique confortável para ambas as partes.

Você conhece as franquias de factoring?

As franquias de factoring oferecem serviços de fomento comercial a empresas por meio da antecipação de recebíveis, ou seja, fornecem produtos financeiros pouco explorados por grandes instituições da área. Geralmente focadas em micro e pequenas empresas, são ótimas oportunidades de negócio.

O Brasil é um país que apresenta séria carência no fornecimento de crédito, seja em função das altas taxas de juro ou mesmo da burocracia existente. Por isso, esse é um mercado que apresenta muita demanda e tem grande potencial para se tornar rentável.

Essas empresas trabalham com antecipação de cheques, duplicatas e cartões de crédito. Além disso, algumas também atendem clientes que precisam de liberação de créditos mais altos. Dessa forma, as franquias de factoring não são apenas uma forma de gerar lucro, mas também de ajudar a desenvolver a economia.

No entanto, para investir nesse tipo de franquia, é indicado que se tenha conhecimento prévio do mercado financeiro, além de paciência para encontrar e atender os clientes certos.

Agora que você já sabe como empreender na área e está pronto para abrir uma franquia, que tal conhecer e esclarecer as 13 dúvidas mais comuns sobre franquia de factoring?

 

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