Para que um negócio atinja o sucesso e consiga desempenhar suas atividades com maestria, é preciso que as finanças estejam em dia e que existam condições de estabelecer certa reserva de capital para eventuais investimentos ou emergências.

No entanto, se uma empresa não consegue fazer com que a sua situação financeira alcance um fluxo satisfatório, é hora de procurar soluções voltadas para ajudar empreendimentos a equilibrarem suas contas e adiantarem pagamentos.

Esse auxílio acontece por meio das factorings — empresas de fomento mercantil.

Se você ainda não sabe muito bem do que estamos falando, está no lugar certo! Nós preparamos este post especialmente para você. Aqui, você encontrará informações relevantes sobre:

  • o que é o fomento comercial;
  • como ele funciona na prática;
  • quais são as vantagens de realizar factoring;
  • quando é recomendado optar por esse recurso;
  • qual é o tamanho das empresas que utilizam factoring;
  • qual é o impacto dessa solução nas finanças da empresa;
  • quão confiáveis são as empresas que oferecem esse incentivo;
  • qual é o panorama atual do factoring no Brasil.

Continue conosco até o final do post e entenda tudo sobre esse incentivo!

O que é factoring?

É comum que a atividade de factoring seja confundida com a exercida por outras instituições financeiras, como os bancos. No entanto, as empresas de factoring não prestam os mesmos serviços.

A factoring provê liquidez a empresas que necessitam de saldo para realizar compromissos financeiros de curto prazo. O termo “factoring” é a nomenclatura utilizada para definir um método de incentivo às atividades comerciais, que visa alavancar micro, pequenos e médios empreendimentos.

Por meio dele, instituições comerciais adquirem créditos das vendas realizadas a prazo por uma determinada empresa e disponibilizam o valor à vista para que ela pague suas contas.

Dessa forma, a factoring adianta as receitas, contribuindo para o aumento de liquidez e o poder de negociação, por exemplo, de quem vendeu suas mercadorias ou serviços mas só receberia por eles em um prazo maior.

No entanto, factoring não é uma modalidade de empréstimo. Ele antecipa o dinheiro em troca dos direitos pela venda da empresa como garantia. Com base nisso, existem diferentes tipos de factoring que são praticados. Os principais são:

  • o factoring convencional — que diz respeito à aquisição de direitos de crédito de uma empresa, na qual a factoring fornece um valor à vista e o recebe a prazo;
  • o factoring de matéria-prima — que é o pagamento de fornecedores à vista, pela factoring, para receber apenas quando o empreendimento faturar com a produção;
  • o factoring trustee — que se trata da aquisição de direitos de crédito, na qual a factoring assume a administração da cobrança e a gestão do fluxo de caixa;
  • o factoring de exportação — que é a intermediação de duas factorings, de nacionalidades diferentes, que defendem os direitos das empresas em processos de exportação.

​De acordo com um texto publicado pelo SEBRAE, os principais objetivos da criação do factoring são:

  • reunir as empresas que desempenham a atividade do fomento mercantil;
  • valorizar e divulgar essa atividade como uma forma de promover desenvolvimento;
  • defender os interesses do incentivo comercial;​
  • estimular o desenvolvimento tecnológico do factoring para pequenas e médias empresas;
  • firmar parcerias com base em interesses comuns;
  • preservar a atividade mercantil e as empresas associadas.

Compreendido o que é factoring, suas modalidades e os objetivos pelos quais ele foi criado, é hora de entender como essa atividade funciona na prática. Vamos lá?

Como o factoring funciona na prática?

O pagamento à vista realizado pela factoring diz respeito ao valor do montante de uma venda realizada pela empresa fomentada, reduzido das taxas relativas ao serviço de adiantamento.

Com isso, cada factoring pode estipular as taxas que cobra de forma independente, sendo permitido incluir despesas com Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza — ISS — e avaliação de crédito, por exemplo.

Para dar início ao processo de factoring e conseguir o dinheiro, o processo é, basicamente, dividido em duas etapas. Confira a seguir:

Pagamento a prazo

O ciclo se inicia quando a empresa fomentada realiza uma venda ou fecha uma encomenda de valor elevado, por exemplo, ambas a prazo.

No entanto, não tem recursos suficientes para cobrir os custos com matéria-prima até o recebimento do dinheiro ou, em alguns casos, não possui condições de arcar com os custos operacionais até o recebimento dos valores.

Antecipação de recebíveis

O passo seguinte acontece quando a empresa procura uma agência de factoring a fim de adiantar o recebimento dos valores relativos à venda para conseguir produzir o que foi encomendado ou, simplesmente, cobrir os custos operacionais. Nesse caso:

  1. a empresa deve realizar um cadastro no banco de dados da factoring;
  2. a partir disso, seus dados, documentos e perfil de crédito são analisados;
  3. a empresa a ser fomentada deve enviar os títulos cujo valor quer antecipar;
  4. a factoring faz uma proposta com os custos envolvidos na operação;
  5. a empresa deve avaliar a proposta;
  6. em caso de aceitação, ela assina um contrato e as duplicatas emitidas (quando houver);
  7. a factoring antecipa os valores à vista.

É no contrato que estarão discriminados o valor de venda dos créditos e todos os demais serviços prestados. A partir dele, são transferidos os riscos de crédito da empresa que efetuou a venda para a factoring, que assume sua responsabilidade.

Cartões de crédito e débito

No caso da Federal Invest, por exemplo, os passos para adiantar os recursos de cartões de crédito e débito são simples:

  • Passo 1: a factoring disponibiliza uma máquina de cartões na sua empresa;
  • Passo 2: a sua empresa vende em até 12 vezes para os seus clientes, mas recebe os valores à vista;
  • Passo 3: as operações e vendas podem ser acompanhadas por meio do sistema da factoring;
  • Passo 4: a sua empresa escolhe a forma e a data das antecipações a serem efetuadas.

Cheques e duplicatas

Já em caso de cheques e duplicatas:

  • Passo 1: sua empresa efetua a venda a prazo por meio de cheques ou duplicatas;
  • Passo 2: envia os cheques ou duplicatas para a factoring;
  • Passo 3: a factoring antecipa o valor parcelado;
  • Passo 4: a sua empresa paga as contas ou matéria-prima.

Você quer saber o que tem a ganhar com esse processo? Confira o próximo item!

Quais são as vantagens de fazer factoring?

As vantagens de optar pelo factoring para equilibrar as finanças são várias. Entre elas, está o fato de conseguir manter as contas em dia e garantir um bom fluxo de caixa. Mais do que isso, o factoring é essencial para evitar o endividamento da empresa e ter acesso a fontes legais de recursos, com menos burocracia e custos.

Com isso, aumenta a possibilidade de negociar preços melhores com os fornecedores, por exemplo, já que a empresa terá valores para efetuar o pagamento à vista. Não obstante, também é possível estender o prazo de pagamento para os clientes, especialmente aqueles que realizam compras maiores.

Outra vantagem importante é que, em comparação com os custos com cartão de crédito ou cheque especial, os valores gastos com factoring acabam sendo bem mais atrativos. Isso tudo sem nem mencionar as negociações com bancos ou financeiras, que podem ser exaustivamente lentas.

Em geral, é possível dizer que as maiores vantagens de fazer factoring são:

  • a antecipação dos créditos;
  • a transferência do risco de inadimplência;
  • o foco maior na estratégia do negócio;
  • a facilidade na aquisição de matéria-prima;
  • a ausência de juros por empréstimos bancários ou atraso de contas.

Mas não é só isso. Muitas empresas de factoring fornecem assistência a atividades essenciais da empresa, como a administração de contas a pagar e receber. Além disso, elas podem proporcionar um cronograma definitivo de pagamentos, a fim de organizar a gestão orçamentária do negócio.

E os contras desse tipo de fomento?

Como toda operação financeira, essa também envolve alguns contras. Apesar de o custo do factoring ser mais em conta do que os empréstimos bancários, cheque especial e cartão de crédito, o montante final dos custos cobrados pelo incentivo acaba sendo alto e pode comprometer a lucratividade das vendas.

Outro ponto importante a ser abordado é que existe o risco de a empresa fomentada não receber do cliente. Nesses casos, ela precisa adquirir esse título novamente da factoring. Por essa razão, é importante optar por adiantar apenas os títulos pertencentes aos bons pagadores.

Além disso, alguns clientes podem simplesmente preferir pagar diretamente à empresa com quem negociaram, se negando a resolver a situação com a factoring.

Quando é recomendável optar pelo factoring?

Como já foi mencionado, as empresas de factoring não exploram o mercado econômico tal como os bancos. Por essa razão, elas têm foco nas pessoas jurídicas e prezam pelo fomento comercial.

O mais importante ao decidir quando optar pelo factoring é entender qual é a realidade do seu negócio, compreender que haverá a incidência de custos sobre os serviços e que sua empresa será submetida a uma avaliação criteriosa antes da obtenção dos valores.

Se você realmente quer descobrir se é o momento de buscar o fomento, é válido fazer uma análise detalhada sobre a situação atual da sua empresa, incluindo:

  • a observação dos indicadores de liquidez (corrente, seca, imediata e geral);
  • a rentabilidade do negócio, considerando os custos e investimentos;
  • os ciclos operacional e financeiro (os caminhos da atividade e do dinheiro da empresa);
  • a projeção do fluxo de caixa;
  • os prazos médios de pagamento e recebimento;
  • a necessidade de capital de giro.

Só então é possível tomar uma decisão embasada nas condições reais da empresa. A partir disso, é preciso analisar se está mesmo na hora de procurar uma empresa de factoring ou tentar o crédito bancário.

Algumas das situações para as quais o factoring é indicado são:

  • para realizar novos investimentos — é possível buscar ajuda do factoring quando a empresa conta com uma oportunidade atrativa de investimento, mas não possui capital para aplicar no crescimento da empresa. No entanto, é importante analisar a viabilidade do investimento e o retorno que ele pode oferecer em médio prazo;
  • para conter os efeitos da crise econômica — o fomento também é útil para quem não articulou reservas de capital e foi pego desprevenido pela crise econômica. Nesse caso, o factoring pode representar um fôlego para o negócio, permitindo que a empresa mantenha sua liquidez;
  • para negociar com fornecedores — o parcelamento de compras, principalmente com valores maiores, acaba se tornando oneroso para a empresa em função dos juros. Dessa forma, a empresa pode adiantar seus recebíveis e obter um maior poder de negociação na compra de matéria-prima, conseguindo preços mais competitivos;
  • para quitar empréstimos — uma boa solução para as altas taxas de juros que comprometem seu capital de giro é adiantar alguns recebíveis e pagar os empréstimos já realizados. Além disso, antes de solicitar um empréstimo, é sempre importante lembrar que existe a opção de recorrer ao factoring.

Depois de tudo isso, você precisa analisar se o ideal é procurar uma agência de factoring ou simplesmente recorrer ao crédito bancário.

Factoring vs. Crédito Bancário

O factoring e o crédito bancário se distinguem em diversos pontos. Os principais deles dizem respeito à forma como o crédito é gerado. Observe:

  • a factoring presta serviços a partir de uma atividade empresarial;
  • o banco realiza operações privativas de instituições autorizadas pelo Banco Central;
  • a factoring adquire ativos financeiros das empresas a fim de assumir a sua propriedade;
  • o banco empresta dinheiro ou financia aquisições com garantia;
  • a factoring assume os riscos pelo não pagamento dos créditos e realiza a cobrança deles;
  • o banco não assume riscos por não pagamento, cobrando diretamente da empresa.

Em geral, existe uma diferença muito grande no que diz respeito à comparação entre factoring e crédito bancário: enquanto a factoring assume todos os riscos referentes ao crédito adquirido, o banco não faz isso e solicita garantias a quem pede o empréstimo.

Além disso, enquanto o banco cobra juros altos pelo empréstimo de dinheiro, a factoring cobra um preço pelo serviço de compra do título (e seus riscos inerentes).

Qual é o tamanho das empresas que escolhem fazer factoring?

O factoring é uma atividade voltada exclusivamente para pessoas jurídicas; no entanto, não estipula nenhuma limitação quanto ao tamanho ou faturamento das empresas fomentadas. Portanto, podem ser atendidas micro, pequenas, médias e grandes empresas.

Porém, em decorrência do volume de crédito e outros aspectos, sua recorrência acaba sendo maior com pequenas e médias empresas. Além disso, existe uma vantagem bastante significativa para esses negócios, que se trata dos benefícios gerados pela factoring com assessoria:

  • na compra de matéria-prima;
  • na administração do fluxo de caixa;
  • na contabilidade;
  • na cobrança;
  • no volume de vendas;
  • na obtenção de capital de giro.

Logo, é possível perceber que os impactos do fomento gerado por empresas de factoring podem atingir diretamente as finanças da sua empresa, não é mesmo? Então, fique de olho neste próximo item.

Qual será o impacto do factoring nas finanças da minha empresa?

Os benefícios de optar pelo factoring você já conhece. No entanto, existe uma série de impactos que essa solução pode gerar nas finanças da sua empresa!

A primeira delas é o fato de que, com o factoring, sua empresa consegue antecipar os recebíveis e “colocar a casa em ordem”. Isso significa que aqueles valores que você só receberia, em alguns casos, daqui a meses, estarão disponíveis em curto prazo para que você:

  • coloque o caixa em dia;
  • compre matéria-prima;
  • pague os seus fornecedores;
  • invista em infraestrutura, ferramentas ou pessoal.

Com dinheiro em caixa, aumenta o poder de negociação da sua empresa, que pode tentar alguns descontos ou opções diferenciadas de pagamento direto com os fornecedores. Além, é claro, de possibilitar que você negocie com mais flexibilidade junto aos seus clientes, estendendo os prazos de pagamento, por exemplo.

Essa opção também pode significar uma economia importante para a sua empresa, especialmente se você comparar os custos envolvidos no factoring com aqueles exercidos sobre os empréstimos bancários ou mesmo as taxas de juros que poderiam ser cobradas em caso de atraso das contas da empresa.​

Dessa forma, a gestão da sua empresa pode se voltar ao âmbito estratégico e focar em alavancar as vendas e aumentar o faturamento.

É uma solução e tanto, certo? Nesse ponto, você deve estar se perguntando o quanto uma empresa de factoring é, de fato, segura.

Posso confiar em empresas de factoring?

A atividade de fomento mercantil é constituída legalmente, devendo ser registrada nas Juntas Comerciais. Além disso, ela segue um termo de compromisso que deve ser assumido por todas as empresas que praticam o factoring.

Para ter certeza de que a empresa é segura, o primeiro indício de idoneidade diz respeito à sua filiação junto a Associação Nacional de Fomento Comercial — ANFAC.

A ANFAC existe desde 1982, instituindo oficialmente a prática de factoring no Brasil. Ela presta assistência jurídica, técnica, fiscal, contábil, política e operacional a diversas empresas que já estão associadas. As empresas de fomento comercial que atuam junto à ANFAC:

  • seguem normas legais e operacionais determinadas pelo Código de Ética e Disciplina estabelecido pela associação;
  • investem nos recursos necessários para o cumprimento da atividade;
  • celebram um contrato padronizado — o Contrato de Fomento Mercantil;
  • contabilizam suas operações e seguem outras premissas estipuladas.

Tudo isso serve para garantir que seus clientes estejam seguros ao confiar o crédito de suas vendas às factorings.

Alguns aspectos legais que dizem respeito a essas operações são os dispositivos da cessão de crédito e da transferência convencional de direitos, dos artigos 286 e 347, do Código Civil:

  • Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.
  • Art. 347. A sub-rogação é convencional: – quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos; II – quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.

Além disso, são essenciais os dispositivos acerca da prestação de serviços para o desenvolvimento do contrato de fomento das atividades comerciais.

Outro ponto bastante importante de ser observado, para garantir que não sejam executadas práticas ilícitas e evitar crimes contra o sistema financeiro, são as legislações protetivas da economia popular e do próprio sistema financeiro.

Se você quer conferir toda a legislação que regula as empresas de factoring, é possível consultar um documento emitido pela Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados, organizado pelo Consultor Legislativo da Área de Finanças, Direito Comercial, Direito Econômico, Defesa do Consumidor.

Qual a situação atual do factoring no Brasil?

Em artigo publicado pelo Diário Indústria, Comércio e Serviços, redigido pelo presidente da ANFAC, Luiz Lemos Leite, aponta um panorama da realidade do factoring no Brasil atualmente.

Lemos Leite afirma que o factoring é uma das atividades que mais alimentam a economia mundial hoje, trazendo para o país bons resultados nos negócios, inovações tecnológicas e muitas novidades operacionais.

O presidente da ANFAC ainda indica que, apesar da retração da economia vivida nos últimos anos, o factoring contribuiu significativamente para a agilidade na geração de crédito para as empresas fomentadas, fazendo com que elas se tornassem ágeis ao responder às demandas de mercado e manter suas atividades.

Ele afirma ainda que os trabalhos realizados pela atual equipe econômica e também pelas entidades de fomento comercial foram essenciais para a superação da crise que castigou tantos negócios.

Outros aspectos são frisados, indicando a importância do factoring no país, tal como o giro de carteira do fomento, que bateu a casa dos R$ 300 bilhões entre os anos de 2016 e 2017. As transações mercantis geradas no mesmo período envolveram 200 mil pequenas e médias empresas e preservaram em torno de 3 milhões de empregos, direta ou indiretamente.

Além disso, o factoring é responsável pelo recolhimento de impostos, pelo desenvolvimento e progresso comercial do país e pelo incentivo à saúde financeira das empresas existentes.

Agora que você já sabe tudo o que precisa sobre factoring, desde o seu conceito até o impacto que ele é capaz de gerar nas finanças da sua empresa e no desenvolvimento do país, que tal entrar em contato conosco e nos deixar ajudá-lo a fomentar sua empresa? Aguardamos você!

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