O que é uma factoring?
O factoring, também conhecido como fomento comercial, é uma operação financeira na qual uma empresa cede suas contas a receber para uma terceira parte, em troca de um adiantamento em dinheiro. Esse processo permite que a empresa obtenha capital imediato, facilitando a gestão do fluxo de caixa.
A operação de factoring envolve três participantes principais:
- Empresa de Factoring (ou Fomentadora): A entidade que adquire os créditos e antecipa os valores para a empresa cedente.
- Empresa Cedente (ou Fomentada): A empresa que cede seus créditos a receber em troca do adiantamento do valor.
- Sacado (ou Devedor): A parte que deve à empresa cedente e que originou o crédito.
Por meio do factoring, a empresa fomentadora disponibiliza recursos financeiros no curto prazo para a empresa cedente, que em contrapartida, transfere seus créditos futuros a receber.
Essa operação permite ao empresário vender a prazo e receber à vista, antecipando valores de cheques, entre outros recebíveis.
Como funciona a operação de factoring?
A operação de factoring segue cinco etapas básicas:
- Venda a Prazo: A empresa vende um bem ou serviço a prazo para um cliente, gerando um crédito a ser pago no futuro.
- Negociação com a Factoring: Para antecipar o recebimento desse valor, a empresa procura uma factoring e negocia a cessão do crédito.
- Adiantamento do Valor: A factoring antecipa o valor acordado para a empresa cedente, que recebe o montante em seu caixa imediatamente.
- Notificação ao Sacado: A factoring, agora detentora do crédito, informa o sacado (devedor) sobre a transferência do direito de recebimento do valor.
- Pagamento ao Vencimento: No prazo estipulado, o sacado realiza o pagamento do valor diretamente à factoring, finalizando a operação.
Esse processo permite que a empresa obtenha liquidez imediata, enquanto a factoring assume o risco e a responsabilidade de cobrar o crédito no futuro.
Como é feito o contrato de factoring?
O processo de factoring é concretizado com o Contrato de Fomento Mercantil entre as duas partes. A transação é fechada na assinatura do contrato, onde a factoring e a cedente estabelecem as condições gerais da operação, como preço e fator de compra.
O contrato da operação de factoring deve definir todos os direitos e deveres do cliente e da empresa prestadora do serviço. Ele deve ser elaborado assim que o cadastro for aprovado, para que a negociação seja finalizada.
Como garantia do contrato, o cliente faz a transferência de seus direitos para a empresa de fomento mercantil, que cobra do comprador quando chegar a data de vencimento.
Além da compra dos créditos, a contratação pode agregar também a prestação de serviços de assistência financeira e consultoria empresarial.
Quais são as modalidades de factoring existentes?
Existem diversas operações diferentes dentro do fomento comercial. As modalidades mais praticadas no mercado brasileiro são:
1. Factoring Convencional
Como o próprio nome sugere, essa operação se baseia na simples compra dos direitos de créditos das empresas fomentadas por meio de um contrato de fomento mercantil. É o modelo de factoring mais comum no país.
2. Factoring Trustee
Nessa modalidade, os serviços oferecidos vão além da cobrança e da compra de títulos. Em paralelo, também é prestada uma assessoria administrativa e financeira às empresas fomentadas.
Serviços adicionais oferecidos pelas factorings
Além disso, a factoring também pode prestar serviços aos seus clientes em outras atividades – como gestão financeira, administração de recursos, consultoria de crédito, análise de riscos, entre outros.
Ou seja, além de antecipar créditos e ajudar no fomento do negócio, a factoring também pode auxiliar o pequeno e médio empreendedor nos problemas do dia a dia – fazendo com que ele dedique seu tempo para aquilo que realmente importa.
Portanto, o factoring é composto pelas seguintes atividades:
- antecipação de recursos, por meio da aquisição de direitos creditórios;
- análise de créditos e demais recebíveis, bem como clientes, fornecedores e sacados;
- acompanhamento financeiro de caixa, de contas a receber e de outras atividades.
Como as factorings ganham dinheiro?
A principal fonte de receita de uma factoring está na aquisição dos créditos a receber de seus clientes.
O lucro da operação é gerado pela diferença entre o valor de aquisição do crédito e o valor efetivamente pago pelo sacado na data de vencimento.
Esse desconto é calculado com base no prazo e na qualidade do título em si. Quanto maior o prazo, maior o desconto. Quanto melhor é o pagador, menor é diferença entre os dois valores.
Paralelamente, a oferta de serviços de consultoria financeira também contribui para o faturamento da factoring. Nesse caso, é cobrada uma comissão.
Por que o factoring é vantajoso para as empresas?
Toda empresa que se preze precisa ter recursos para continuar operando de forma saudável.
Para aumentar o volume de vendas, por exemplo, é essencial garantir condições facilitadas de pagamento aos clientes – e para isso, é necessário ter dinheiro em caixa.
Para realizar essas e outras atividades, na maioria das vezes o empresário precisa recorrer a recursos de terceiros. É nessa hora que a factoring surge como uma importante parceira das micro, pequenas e médias empresas.
Através do factoring, as empresas conseguem:
- Receber à vista vendas realizadas a prazo;
- Garantir o pagamento de créditos, eliminando o risco de calotes comerciais;
- Aumentar a capitalização da empresa, fortalecendo seu fluxo de capital de giro;
- Reduzir a exposição ao pagamento de juros e endividamento com bancos e financeiras;
- Ter acesso facilitado a recursos, resultando numa maior possibilidade de financiamento.
Qual a diferença de factoring para instituição financeira?
Visto muitas vezes como uma operação financeira, o fomento mercantil é um setor cheio de particularidades.
A atividade de factoring tem como objetivo a prestação de serviços e a aquisição de créditos, operando exclusivamente com pessoas jurídicas – e portanto, não pode ser considerada como um empréstimo bancário ou um financiamento.
Dentre as várias diferenças entre bancos e factorings, algumas se destacam. São elas:
1. Factorings não realizam operações de crédito
A atividade envolve a transformação de direitos futuros em valores à vista, por meio da compra de recebíveis comerciais.
2. Factorings não captam recursos
A factoring presta serviços e adquire créditos. Sua operação não envolve captação de recursos via depósito de terceiros.
3. Factorings não cobram juros
A operação é feita pela aquisição de títulos de crédito comerciais, comprados por um preço menor ao seu valor de face.
4. Factorings não precisam de autorização do Banco Central
Diferente dos bancos, uma empresa de factoring não depende de autorização do Banco Central para ser aberta, já que se trata de uma atividade comercial, e não financeira. Mas, se houver denúncia de que a empresa de fomento comercial está realizando operações privativas de instituições financeiras, ela poderá sofrer fiscalização do BC.
5. Factorings não são concorrentes dos bancos
Constituídas sob a forma de sociedade mercantil, as factorings funcionam como um complemento ao sistema bancário e financeiro, não como concorrentes.
Como é a legislação para a atividade de factoring no Brasil?
Ainda não existe no Brasil uma lei específica dedicada apenas para regular as operações de factoring.
Porém, temos na legislação brasileira diversas leis e códigos que abordam indiretamente o assunto, normatizando alguns aspectos da atividade de fomento mercantil e garantindo que o factoring seja praticado de forma lícita.
Dentre os pontos abordados pelas leis brasileiras em relação às factorings, estão:
1. Definição legal de factoring
A prestação de serviços de factoring está determinada pelo Código Civil. De acordo com o artigo 481, o fomento comercial é um negócio jurídico bilateral de uma transação mercantil à vista, celebrado entre uma vendedora (a empresa cedente) e a outra compradora (a empresa de fomento comercial).
2. Legislação para cessão de crédito
As empresas do setor devem seguir o Novo Código de Processo Civil (Lei nº 10.406/2002) – a partir do artigo 286 no que se refere à cessão de crédito, e entre os artigos 1.065 a 1.078 em relação à cessão de direitos.
3. Validade dos contratos de compra e venda mercantil
A validade jurídica dos contratos de fomento mercantil, que envolve prestação de serviços e compra de crédito, é destacada nos artigos 191 a 220 do Código Comercial e indiretamente pelo Novo Código de Processo Civil.
4. Legislação contra crimes financeiros
A Lei 9.613/98, atualizada pela Lei 12.683/12, que dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores e que trata da prevenção da utilização do sistema financeiro para ilícitos, também se aplica às empresas de fomento comercial (factorings) quanto às obrigações junto ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).
5. Sigilo de informações
Em relação às operações ativas e passivas e aos serviços que prestam, as organizações que atuam com factoring são obrigadas a manter sigilo das informações – o que está indicado na Lei Complementar 105/2001.
6. Tributação
Sobre a atividade de fomento comercial, incidem os seguintes impostos: IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, IOF (na esfera federal), e o ISS (na esfera municipal). Não existe cobrança de imposto estadual.
Papel da Associação Nacional de Fomento Comercial (Anfac)
Criada em 1982, a Associação Nacional de Fomento Comercial é a entidade precursora no setor de fomento comercial no país. A instituição atua para fortalecer a atividade no Brasil, implementando práticas de autorregulação e regras de boa governança e profissionalismo entre suas associadas.
Além disso, a Anfac trabalha junto ao governo pela construção do marco regulatório do setor, almejando trazer mais estabilidade e a segurança jurídica para as empresas de factoring e seus clientes.
Por que abrir uma factoring é um bom negócio?
O fomento comercial é uma das atividades que mais crescem no país. Segundo a Associação Nacional de Fomento Comercial (Anfac), existem mais de 1000 empresas de factoring e securitizadoras em atividade atualmente no Brasil.
Apenas em 2016, as operações de factoring movimentaram mais de R$ 200 bilhões em aquisição de recebíveis.
Mais de 155 mil empresas de pequeno e médio portes fazem uso dos serviços de fomento comercial no país, e é esperado que esse número cresça ainda mais.
Ou seja, são milhares de pequenos e médios empresários interessados em aumentar a liquidez financeira de seus negócios – mas sem querer se envolver com empréstimos e financiamentos. Nesse cenário, abrir uma empresa de factoring aparece como uma alternativa promissora de negócio.
Dentre as vantagens de abrir uma empresa de factoring, podemos citar:
1. Boa lucratividade
Por conta do tempo de espera e do risco envolvido, os recebíveis são comprados pela factoring por um preço menor do que ela receberá no futuro. O deságio pode chegar a 5% (ao mês) do valor do crédito, o que oferece uma boa margem de lucro nesse tipo de operação.
2. Mercado com grande potencial
O acesso ao mercado tradicional de crédito é restrito e burocrático, principalmente para os pequenas negócios. Nesse sentido, as factorings oferecem praticidade e agilidade, funcionando como uma solução de fomento ideal para antecipar receitas e fortalecer o fluxo de caixa das empresas.
3. Preços acessíveis para os clientes
As factorings conseguem adiantar recursos para as empresas com um custo menor aos praticados pelos bancos nos empréstimos. Tais características tornam o modelo de negócio promissor e com alta demanda no mercado.
4. Menos tributos e burocracia
A carga tributária em atividades de factoring é bem inferior às demais atividades de instituições financeiras. Além disso, a regulação sobre o setor é menor, o que permite que as factorings operem com mais facilidade no mercado.
5. Custos reduzidos
Por envolver a prestação de serviços, empresas de factorings podem funcionar de maneira enxuta, sem necessidade de grandes espaços e de contratação de muitos funcionários. Os custos fixos do negócio são baixos, o que torna a atividade ainda mais atrativa no ponto de vista do empreendedor.
Como abrir uma factoring?
A abertura de uma empresa de factoring segue os mesmos procedimentos tomados para se abrir uma empresa comercial comum.
Não existe um valor mínimo para o capital social, mas é recomendável registrar na Junta Comercial o contrato social com pelo menos de R$ 100 mil de capital social.
Por se tratar de uma atividade mercantil, também não é necessário registrar a empresa no Banco Central.
Mas mesmo não sendo uma empresa financeira, é obrigatório efetuar o cadastro da factoring no COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras do Ministério da Fazenda, além de manter registros de todas as operações realizadas e notificar o órgão em caso de operações suspeitas.
Como empreender no setor de factorings?
1. Analise o potencial do mercado
Mesmo que você seja um profundo conhecedor desse setor, é preciso fazer um estudo de mercado para identificar se existe demanda para o que você quer oferecer. O fomento comercial é uma atividade local – logo, se você vive em uma região com pouca atividade empresarial, talvez faltem clientes.
Dê preferência para lugares com boa presença de micro, pequenas e médias empresas, que você possa fazer contato e prospectar pessoalmente. Também não se esqueça de verificar como anda a concorrência, tanto direta (outras factorings) como indireta (outros tipos de financiamento).
2. Conte com ajuda especializada
Contar com um profissional que conhece o mercado pode ser crucial para o sucesso do seu negócio, sobretudo nos primeiros meses.
Um contador especializado em factorings, por exemplo, já sabe de cor todos os procedimentos, conhece todas as taxas e impostos a serem pagos, assim como documentos a serem apresentados e demais burocracias. No final das contas, o tempo e o dinheiro economizados valerão o investimento nesse tipo de ajuda.
3. Tenha um bom plano de divulgação e vendas
Muitos empreendedores sequer conhecem as vantagens do fomento mercantil para antecipar suas vendas e fugir dos juros abusivos dos bancos.
Por isso, a missão do seu negócio é, primeiramente, educar esse público sobre a atividade de factoring, para depois convertê-lo em clientes.
Sendo assim, invista em marketing, divulgue sua marca e serviços, reúna um bom time de vendas e mantenha um contato constante com os empresários da região.
4. Utilize soluções tecnológicas
Com a ajuda de softwares e aplicativos específicos para o setor, é possível economizar tempo, aumentar a eficiência e reduzir erros na sua operação de fomento comercial.
Desde a prospecção de clientes até a análise de crédito e a cobrança, quase tudo pode ser automatizado e otimizado com a ajuda da tecnologia.
Vale a pena abrir uma franquia de factoring?
Ao mesmo tempo em que setor é promissor, o mercado de factoring é complexo e exige do empreendedor interessado um grande conhecimento sobre as operações de fomento comercial.
Porém, é plenamente possível abrir uma factoring e ter sucesso no negócio sem ser um expert no assunto. Para quem sente mais seguro tendo uma consultoria e acompanhamento dos melhores profissionais do mercado, abrir uma franquia de factoring é o mais recomendável.
Com o apoio permanente da franqueadora, o empreendedor recebe o negócio completamente modelado e pronto para operar, além de contar com o todo know-how de quem realmente entende do assunto.
A Federal Invest, por exemplo, é maior rede de factoring do país e é pioneira em oferecer esse tipo de negócio na modalidade franchising. Com 24 anos de experiência no setor de fomento comercial e mais de 120 unidades em todas as regiões do Brasil, ela oferece aos empreendedores a chance de investir em um mercado seguro e altamente lucrativo.
Isso tudo com total suporte da empresa, que oferece treinamentos e apoio nos setores de finanças, tecnologia, contabilidade, comunicação, marketing e em tudo mais que o franqueado precisar.
Ainda não se convenceu que abrir uma factoring é um excelente negócio?
Se você quer empreender, saiba que uma das melhores oportunidades da atualidade está no mercado de factoring. É um negócio que não para de crescer, tendo ainda muito potencial para se expandir e conquistar ainda mais mercado.
Adquirir uma franquia de factoring é uma ótima escolha para empreender no setor. Mas independentemente se você será franqueado ou vai abrir uma empresa própria, o importante é não ficar parado e correr atrás de seus objetivos. Se você tem o sonho de se tornar um empreendedor, se dedique estudando o mercado e trabalhando duro diariamente. A chave do sucesso está em suas mãos!
Agora que você sabe como abrir uma factoring, a Federal Invest está aqui para ajudar! Entre em contato conosco e saiba mais sobre essa excelente modalidade de negócio que não para de crescer.
6 Comentários
Boa dia!!
Gostaria de saber se uma empresa que já tem a modalidade cobrança pode abranger a factoring?
Olá, Raice!
Depende do regime de tributação da empresa de cobrança. As empresas de factoring são obrigadas ao regime do lucro real.
bom dia, gostaria de saber se posso abrir uma factoring simples na minha propria casa
Olá, João Carlos, você pode ter mais informações no site https://franquiasdefactoring.com.br/
A empresa de factoring pode comprar cheques pré de seus clientes?
Olá, Ediberto! A empresa de factoring pode comprar cheques pré recebidos pelos seus clientes como pagamento de vendas ou serviços prestados devidamente documentados com nota fiscal