Apenas 17% das micro e pequenas empresas brasileiras recorreram aos bancos em busca de crédito no primeiro semestre de 2016. E só duas em cada três tiveram sucesso. Os dados constam de pesquisa do Sebrae com 6.886 empreendedores de todo o país, divulgada no dia 21 de novembro.
As altas taxas de juros e a falta de garantias reais estão entre as principais dificuldades. “O custo do dinheiro, a burocracia e a exigência excessiva de garantias pelos bancos fazem com que os empreendedores busquem outras fontes para financiar seus negócios. Os empresários estão estrangulados, é preciso encontrar formas de facilitar o acesso das micro e pequenas empresas ao crédito”, diz Guilherme Afif Domingos, presidente do Sebrae.
Como alternativa aos bancos, a maioria dos pequenos empresários negocia prazo de pagamento com fornecedores (52%), usa cheque pré-datado (27%), especial (20%) e o cartão de crédito empresarial (21%). Entre os poucos empreendedores que conseguiram empréstimo bancário, 53% utilizaram o dinheiro para capital de giro e 36% o aplicaram na compra de mercadoria para revenda.
Para Afif Domingos, o resultado da pesquisa reflete a crise, mas não se explica apenas por isso. “Mais do que conjuntural, o mercado tem uma falha estrutural. O banco ainda não é uma alternativa viável para o pequeno empresário”, diz. “Enquanto os Estados Unidos têm uma infinidade de bancos, no Brasil são cinco que concentram 80% das operações”, destaca.
Segundo o banco central dos Estados Unidos, existem 5.340 bancos no país. E há inúmeras empresas de factoring em atividade. “O Brasil também precisa de mais factorings”, defende Renato Junqueira, presidente do Grupo Federal Invest, maior rede brasileira do setor. “Factoring é uma necessidade. É onde o pequeno e o microempresário encontram o apoio que precisam para manter e expandir os seus negócios”, ressalta. A Federal Invest antecipa recebíveis de cartões de crédito, cheques pré-datados, duplicatas e direitos de contratos.
(Com informações do Sebrae e do jornal O Estado de S. Paulo)