Não há como negar que o setor financeiro é essencial para a sustentabilidade da empresa. Mas, por falta de tempo ou receio de fazer um acompanhamento constante, muitos gestores acabam deixando que ele caminhe sozinho.
Se esse é o seu caso, está na hora de mudar. A importância do setor é grande demais para permitir que fique ao acaso — especialmente em momentos de crise.
Neste post, você vai entender o que é o diagnóstico financeiro, qual o seu impacto na empresa e como aplicá-lo.
O que é diagnóstico financeiro?
É a avaliação do desempenho financeiro e do modelo de negócios adotado pela empresa. Ele inclui o período vivido atualmente, o anterior (análise retrospectiva) e uma projeção para o período posterior (análise prospectiva).
Os dados da área contábil constituem boa parte do diagnóstico, mas ele também é composto por entrevistas e impressões de fatores mais amplos.
Por exemplo, o avaliador descobrirá mais sobre a produtividade da equipe, a eficiência dos processos e até o relacionamento com o público. Todas essas questões influenciam diretamente a performance financeira. Então elas podem ser listadas como causas ou origens de certos fenômenos.
A análise retrospectiva é realizada a partir dos balanços e informações mais importantes até o presente momento. Para tanto, é fundamental que existam relatórios sobre os últimos meses ou anos. Toda movimentação nas finanças deve ser registrada, mas o período em questão pode ser adaptado dependendo dos dados que você tem em mãos.
Já a análise prospectiva vai antecipar os resultados em um intervalo de tempo, que pode ser de 1 até 12 anos. O que vai determinar esse intervalo é o objetivo do diagnóstico e as informações que foram colhidas do passado e presente. Então, diversas possibilidades são consideradas com base em alguns fatores-chave, como o lucro médio, entrada de recursos, custos etc.
Para a prospecção, devem ser desenvolvidas três hipóteses de cenários futuros: um pessimista, um realista e um otimista. Os dados coletados até o momento ajudarão o avaliador a determinar quais são as piores circunstâncias, as melhores possíveis e as mais prováveis de acontecerem realmente.
Quais são os benefícios do diagnóstico financeiro?
Há diversas vantagens no diagnóstico financeiro. O controle a partir dele é extenso e pode ajudar até mesmo a salvar uma empresa. Fechar os meses no vermelho é bem mais raro quando todas as transações monetárias estão documentadas e a gestão sabe para onde o dinheiro está indo.
Confira os principais benefícios!
Análise rápida
O estudo geral da empresa é algo a ser feito ao longo dos anos, separando os resultados por setores e equipes. Se a gestão depender de um acompanhamento desse tipo para checar a saúde financeira, as conclusões vão demorar um pouco. O diagnóstico, por outro lado, resume o que é mais significativo rapidamente.
Redução de custos
O primeiro e mais notável proveito da avaliação é a redução de custos. Ao descobrir os destinos de todas as transações, fica mais fácil perceber quando um gasto é desnecessário ou pode ser alterado. Você ficaria surpreso com quantas mudanças podem ser feitas a partir de uma observação minuciosa.
Identificação de oportunidades
O projeto permite que os gestores descubram o ponto de equilíbrio da empresa, entre outras informações que facilitarão a identificação de oportunidades. O planejamento financeiro deve se basear inteiramente nesse ponto crítico, que garante o pagamento das despesas, mas ainda não afirma os lucros. A partir desse conhecimento, é possível ver o que, de fato, é uma oportunidade.
Planejamento estratégico
Qualquer empreendimento trabalha para alcançar um cenário otimista. Dentre os três que você desvendará com o diagnóstico, o único do qual a empresa deve fugir é o pessimista. Isso será feito com um planejamento — e todo plano, para que seja eficaz, precisa se basear em dados concretos.
Como fazer um diagnóstico financeiro eficiente?
Se os negócios vão depender tanto da análise, é essencial que ela seja correta e traga tudo que for necessário para resultados completos. Para garantir que isso aconteça, fique atento a algumas orientações básicas. São práticas que potencializam os benefícios da avaliação. Siga as principais:
- especifique e registre o faturamento médio da empresa nos últimos meses;
- registre também as despesas e custos do último semestre (ou um período maior), identificando valores médios e totais;
- separe os custos em duas categorias: variáveis e fixos;
- liste os débitos que ainda não foram pagos, seus valores e datas de vencimento;
- monte uma planilha ou tabela com todas essas informações bem divididas e passíveis de comparações;
- determine uma meta de redução de custos para cada item da lista, quando possível;
- crie uma previsão de custos a partir das metas;
- compare, mensalmente, a previsão e os números que de fato estão surgindo.
Os primeiros passos são os mais trabalhosos, mas servem como sustentação para os próximos meses. Na hora de repetir essas orientações, será preciso apenas catalogar os dados do mês vigente, não mais de todo um período passado. A repetição mensal da análise é imprescindível.
Quando estiver fazendo o plano de custos, comece com os elementos mais fáceis; no caso, aqueles que podem ser identificados como desperdício e não exigem muito esforço para a redução. Em seguida, parta para outros itens e vá construindo objetivos realistas para eles.
Mas atenção: todo e qualquer corte deve ser bem pensado em termos de capital de giro para não comprometer as ações da empresa. Durante a avaliação, você ficará frente a frente com seus custos e verá exatamente a necessidade de cada um. Confirme que a qualidade dos serviços, da equipe e da infraestrutura não serão afetados na previsão de redução.
O diagnóstico financeiro não é um bicho de sete cabeças. Na verdade, ele só tem a ajudar no crescimento e manutenção dos negócios. É uma tarefa auxiliar que se une a todas as outras do setor, como cuidar do fluxo de caixa ou gerenciar os diferentes ciclos da empresa. Você se sentirá agradecido na hora de fechar as contas.